Gaia - A Praça de Natal de 2019


Texto publicado em O Gaiense, 22 de Dezembro de 2018


As praças e mercados de Natal são uma tradição que se está a enraízar no nosso país e a Praça de Natal de Gaia, inserida nesse movimento, é uma excelente ideia. Embora haja muito espaço para evoluir, tudo o que lá está me parece bem: os divertimentos, que acho bem que sejam grátis, os programas de animação, a casa do Pai Natal e as suas prendas solidárias, ou até a carrinha que não só transporta as pessoas como, talvez mais importante, vai abrindo o caminho para a ideia e para a prática mais alargada do transporte público municipal gratuito, ao serviço das populações, que é uma ideia estratégica com grande futuro.

Mas, passeando na Praça, senti que faltava ali qualquer coisa de fundamental e é sobre isso que vos queria falar. Não como uma crítica à Praça de Natal 2018, mas antes como uma sugestão para a Praça de Natal de 2019.

Senti que faltava ali comércio. Eu, que até sou altamente crítico da paranóia comercial em que o capitalismo conseguiu transformar esta quadra que devia ser só de amor e de solidariedade, que não gosto nada da obsessão das prendas de Natal, acho contudo que não podemos ignorar essa realidade. Um objectivo interessante para 2019 seria que o nosso Mercado de Natal, que hoje tem na Praça uma escassa dúzia de barraquinhas e uma limitadíssima gama de produtos, se transformasse num grande Mercado de Natal, que os gaienses (e os turistas) pudessem escolher como um sítio bom para irem comprar as suas prendas de Natal. Com dezenas e dezenas de barraquinhas, não numa lógica de shoppingcomercial, mas precisamente como alternativa, e suficientemente forte e atractiva para ser uma verdadeira alternativa àquela outra lógica de negócio, bem menos natalícia. E temos ainda muito espaço por ocupar lá naquele local do centro cívico, que dá perfeitamente para sermos ambiciosos neste projecto.

Mas, para conseguirmos ter êxito nessa lógica "comercial" alternativa, seria preciso fazer um programa atempado e ambicioso de ocupação das novas barraquinhas de venda. Com quem?

Uns ocupantes óbvios seriam os artesãos e os artistas do concelho, que teriam de ser aliciados a participar. E também a própria Câmara e todas as instituições municipais e de freguesia que tenham algo para vender: as suas edições de livros, de reproduções de arte ou outros objectos. Mas também as associações, e temos tantas em Gaia. Ou outras instituições culturais, ou os bombeiros, os escuteiros, os clubes desportivos, também. 

Mas, mais importante ainda do que estas instituições, seria a participação das escolas, das creches, dos lares, dos centros paroquiais. 

Não seria interessante que as crianças, durante todo o primeiro período lectivo, no âmbito das suas actividades ligadas às artes visuais, dando asas à sua criatividade, projectassem e fabricassem decorações natalícias para eles próprios irem vender na sua barraquinha durante as férias de Natal?

Ou os utentes de um lar? Não poderiam os idosos mais dotados para a cozinha (por exemplo) fazer doces ou rabanadas para venderem naquele mercado? E estarem lá eles mesmos a vendê-los, a conviver com o público, a praticar o seu raciocínio matemático com os trocos e o fecho de caixa? Talvez até com o aliciante de servirem as suas iguarias acompanhadas por um cálice de Porto que, estou certo, as nossas empresas de vinho, sempre generosas, não hesitariam em oferecer a estas instituições para as ajudar neste projecto. Tudo isto pode constituir em si uma actividade de grande relevância para os próprios projectos educativos ou de animação daquelas instituições. Mas também cria laços diferentes e mais fortes na comunidade gaiense. É o convívio, ou seja, a nossa vida em comumque se reforça.

Isto é comércio que é muito mais do que comércio. Tem outro espírito e tem outros objectivos. E permite também à Praça responder melhor a toda a família. Se as crianças e jovens vão à Praça de Natal para se divertirem, os pais podem ir com eles para irem às compras. 

Vivi muitos anos em cidades da Europa onde existe grande tradição destas feiras de Natal e muitos dos meus amigos, que faziam as suas compras normalmente nos shoppings, no Natal só compravam as prendas nestas feirinhas - prendas com espírito natalício. Diziam até que se sentiam mal se fossem fazer as compras de Natal noutro sítio, não era a mesma coisa…

Se conseguirmos trazer este espírito e esta tradição para Gaia, estamos a dar mais um passo no bom sentido: não só melhoramos a vida colectiva no concelho mas, mais do que isso, melhoramos um pouco o sentido da vidada nossa comunidade. E esse é que é o verdadeiro espírito do Natal.








O Rancho Folclórico da Afurada no Almoço de Natal Sénior de Santa Marinha e S. Pedro da Afurada:







"ETerna Biblioteca" em Sintra, 23 e 24 de Novembro

Participarei na conferência de abertura do Encontro "ETerna Biblioteca", em Sintra, no próximo dia 23 de Novembro de 2018.

Aqui fica o programa completo e o endereço para inscrições.







"A Câmara Municipal de Sintra volta a promover, pelo décimo sexto ano consecutivo, a ETerna Biblioteca – Encontro de Professores e Educadores do Concelho de Sintra sobre Bibliotecas Escolares, a qual decorrerá nos dias 23 e 24 de Novembro de 2018, no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra.

A par de painéis, conferências, ateliês vários e visionamentos de filmes - que revestem este evento sempre de uma enorme expectativa -, acresce a esta edição a continuidade na parceria estabelecida com o LEFFEST – Lisbon & Sintra Film Festival, que nos permitirá contemplar sessões de cinema reservadas às escolas. Não poderíamos deixar de destacar, também, o lançamento do livro A água e a águia, de Mia Couto, com ilustrações de Danuta Wojciechowska, editado pela Editorial Caminho. Os autores estarão presentes e será, certamente, um momento muito especial."

BiblioSol no Jornal de Letras (votação fecha no dia 30)

Até ao dia 30 de Setembro, este projecto está em votação no Orçamento Participativo de Portugal.


JL nº 1251, de 12 a 15 de Setembro de 2018




O Orçamento Participativo de Portugal ainda está em votação aberta a todas as pessoas até ao dia 30 de Setembro de 2018. 
O projecto BiblioSol terá votos suficientes para ser aprovado? 
Depende em muito das partilhas de informação sobre esta ideia. 
Se quiser colaborar, partilhe a informação sobre o voto com as pessoas das suas relações.

A votação é muito simples, pode ser feita online, indo ao site do governo dedicado ao Orçamento Participativo de Portugal e seleccionar BiblioSol.

Aqui fica o link para o voto: https://opp.gov.pt/proj?search=Bibliosol#proposals-list

Neste link tem a descrição pormenorizada do projecto e mais informações nesta página do facebook.

Projecto BiblioSol - partilhar a sua biblioteca? O Presidente diz que sim. E você, vota nisto?







Consideramos oportuna e muito positiva a tomada de posição do Presidente da República em defesa da valia social da partilha das bibliotecas particulares.

O projecto BiblioSol, rede solidária de bibliotecas particulares, que tem precisamente este objectivo, ainda está em votação aberta a todas as pessoas até ao dia 30 de Setembro de 2018. Terá votos suficientes para ser aprovado? Depende em muito das partilhas de informação sobre esta ideia. Se quiser colaborar, partilhe a informação sobre o voto com as pessoas das suas relações.

A votação é muito simples, pode ser feita online, indo ao site do governo dedicado ao Orçamento Participativo de Portugal e seleccionar BiblioSol.

Aqui fica o link para o voto: https://opp.gov.pt/proj?search=Bibliosol#proposals-list

Neste link tem a descrição pormenorizada do projecto e mais informações nesta página do facebook.


Avintes - festa da broa


A melhor broa do mundo (quando é genuína, de Avintes e bem fresca) merece bem uma festa.





Vienna speeches

O projecto BiblioSol no Fórum Socialismo 2018


A apresentação será no domingo às 14 horas.

Informação sobre o projecto aqui e sobre o Orçamento Participativo de Portugal aqui.

O projecto BiblioSol n'O Gaiense


Publicado n'O Gaiense em 25 de Agosto de 2018.

O projecto BiblioSol no Público




Notícia no Público em 21 de Agosto de 2018.

On-line aqui.

Mensagem aos gaienses na morte de João Semedo


[ Texto para o semanário "O Gaiense", 21 de Julho de 2018 ]



Não podia deixar de responder positivamente ao convite d'O Gaiense para dirigir umas palavras aos leitores sobre a morte de João Semedo, um dos mais prestigiados políticos portugueses e um dos mais admirados dirigentes do Bloco de Esquerda.

Nestes dias que se seguiram à sua morte, todos ficaram a conhecer melhor o João, tal a quantidade de artigos de jornal, de programas de televisão, de testemunhos vindos de todos os quadrantes políticos, sublinhando as qualidades e a grandeza do político e do homem que o país acaba de perder.

Talvez seja um bom momento para reflectirmos neste defeito bem português de darmos mais valor às pessoas depois de as perdermos. Não que o João não tenha sido respeitadíssimo em vida: sempre foi. Mas hoje talvez muitos compreendam que deveria ter sido ainda mais.

O João Semedo foi candidato à Câmara de Gaia em 2009 e os gaienses não o elegeram para vereador. Conhecendo-o hoje melhor, podem pensar no que perderam, no enorme contributo que poderia ter dado para a elevação da nossa gestão municipal, para a qualidade de vida sobretudo dos nossos concidadãos para quem a vida é mais dura e difícil, que sempre foram os destinatários privilegiados da atenção e da acção política do Semedo.

Com um especial destaque na área da saúde em que, como médico e como político, deu contributos de inestimável qualidade e que vão ser de enorme relevância para enfrentarmos a difícil situação que o nosso Serviço Nacional de Saúde atravessa, fruto do desgaste que intencionalmente lhe tem sido causado em benefício dos negócios privados, que continuam a sugar os recursos que deveriam ser usados para benefício de todos.

Um dos grandes legados que nos deixa João Semedo, fê-lo em conjunto com outro grande político, o "pai do SNS" António Arnaut, um bloquista e um socialista, ambos conscientes da sua morte iminente e da urgência de lançar um alerta lúcido à sociedade e uma proposta detalhada de uma nova lei que possa salvar esta conquista fundamental da nossa democracia. Esta proposta de lei já foi entregue pelo Bloco no Parlamento e veremos se as palavras de profundo elogio dirigidas a cada um dos seus autores aquando das suas mortes recentes são concretizadas na aprovação da lei que nos deixaram como último contributo das suas vidas ao serviço de todos nós.

Uma coisa a morte de João Semedo veio definitivamente demonstrar: a falsidade da frase de que "os políticos são todos iguais". Não, não são. Essa afirmação, por vezes puramente boçal e ignorante, por vezes expressão de um intencional veneno anti-democrático, esbarra fatalmente em exemplos de vida como a de João Semedo: pura e desinteressada dedicação à causa pública. Que o exemplo deste homem que parte possa inspirar os políticos que ficam. E faça pensar todo o povo que os elege.

Death of João Semedo, former co-leader of Bloco de Esquerda (Portugal)



Porto, 17th July 2018 - João Semedo, former co-leader of Bloco de Esquerda, died today after some years fighting cancer.

He has been a communist militant against fascist dictatorship, he defended the renovation of PCP and he found in Left Bloc the space for intervention able to change Portuguese politics.
" I had the life I have chosen, the life I wanted to live, nothing to regret on things that really matter", said João Semedo in his last great interview.

An active student on social and political fields, namely against Vietnam war, he joined the ranks of PCP in 1972, in the Communist Students Union, becoming later a member of its Central Committee, participating in agit-prop actions and in the support to clandestine cadres of the party.
He was elected to the board of his Students Association and has been arrested in 1973 when distributing flyers demanding free elections. He spent two weeks in the prison of Caxias, refusing to sign a document, drafted by the political police PIDE, confessing his subversive activities and committing to abandon them.

After the 25th of April 1974 revolution, he participated in the creation and promotion of ALFA Movement for adult literacy and became a professional staff member of PCP. He moved from Lisbon to Porto in 1978, where he was in charge of organizing the intellectual sector of the party, of health policies and of relations with the press, and later responsible for the city's party organization.
He resigned his post as professional staff of the party in 1991, as well as of member of Central Committee, the day after a meeting where he voted against the expulsion of several members, defending that political differences should be addressed politically and not using administrative sanctions.

In the decade of 1990 he goes back to his medical professional activity, collaborates with a shelter center for drug addicts, in permanent medical care services, and completes a post-graduation in drug addictions in the University of Porto.
Appointed as director of Joaquim Urbano Hospital, in Porto, from 2000 to 2006 he led the process of reorganization of this hospital specialized in the treatment of respiratory and infectious diseases, innovating in the field of HIV, AIDS and hepatitis. Later, he considered these years as the period when he felt greater professional satisfaction.

Beyond his activities in politics and medicine, João Semedo lifetime in Porto was also dedicated to cultural intervention in Árvore, an artistic cooperative, to the board of FITEI - International Festival of Iberian Expression Theatre, to the Popular University and to the creation of the North branch of medical doctors trade union.

In the end of the 90's, he returns to a more active militant participation in preparing the PCP congress, then chaired by Carlos Carvalhas. He supports attempts of renovation of the party. This line being defeated in the XVI Congress, many cadres left the party, including João Semedo.

In 2003, together with other former leading personalities of PCP, he creates the Movement for Communist Renovation, with the aim of continuing the debates e reflection started years before inside the party.
Next year, he accepts the invitation of Miguel Portas to integrate, as independent, the list of Bloco for the European Parliament elections. 
More and more close to Bloco de Esquerda, João Semedo is again candidate in the legislative elections for the Bloco in Porto and he becomes an MP, replacing João Teixeira Lopes in March of 2006. 
He finnally joined Bloco as a member in 2007. He led the party's candidatures for municipal elections in Gondomar (2005, still as independent), in Gaia (2009) and in Lisbon (2013).

He has been a MP for Bloco along three legislatures, leaving the parliament in 2015 due to health problems. During his nine years of parliamentary activity, coordinating Bloco's health policy, namely as vice-president of the Standing Committee for Health, he was very active and presented several key proposals, some of them being today important Portuguese laws in this field. He was also active in the Committee of Inquiry on the bankruptcy of BPN, which he labeled as "the crime of the century", fiercely confronting corrupt bankers who were also former members of government and leaders of the main right wing party.

In 2012, Bloco de Esquerda experienced its first moment of transition in its leadership, with the replacement of 
Francisco Louçã as coordinator of the party. The solution adopted by the National Convention was the implementation of a leadership in parity, something never seen in Portuguese parties, with João Semedo and Catarina Martins sharing the coordination. This solution lasted until the following Convention, in 2014.

The year of 2015 would bring the best ever electoral result for Bloco in legislative elections, allowing the formation of the present parliamentary majority supporting the government, able to block the right wing policies impoverishing working people and the country as a whole. 
For João this was also a year of fight against the cancer disease. His vocal chords having to be removed, he did not loose his passion for political intervention, relearnt how to speak without vocal chords, and kept an active role in society.

He was presented as head of list of Bloco in the 2017 local elections in Porto, but the sudden aggravation of his health conditions obliged him to resign.

Anyway, his fight went on. In 2018, he assumed a leading role in the combat for the right to die with dignity, in line with many of his former concerns as a legislator. After a successful popular petition he started, and a powerful and plural campaign bringing side-by-side personalities of many parties, the project of law on euthanasia was voted in Parliament, but rejected by a low margin. "Now is just a question of time, it will be approved during the next legislature", João said in an interview.

His last campaign was for a new law for the National Health Service, one of the main conquests of our democracy, now under stress and erosion by private sector interests. João Semedo has just published a book, together with António Arnaut, a former Minister for Social Affairs (including health) in 1978, and honorary president of the Socialist party, praised by everyone for being the father of Portuguese NHS. In this book they present a concrete proposal for the new law. The authors just died. Arnaut died last May, Semedo died in July. But their legacy may live on, because their project of law was brought to parliament by Bloco MPs and is now under parliamentary debate. It will be one of the most important legislative decisions of next parliamentary year.

More info at: www.esquerda.net

BiblioSol - uma proposta para o Orçamento Participativo de Portugal 2018



- Proposta apresentada no âmbito do Orçamento Participativo de Portugal 2018 (ver site opp.gov.pt) cuja votação pública decorrerá entre 11 de junho a 30 de setembro de 2018.

- No site do OPP encontra-se apenas um resumo deste projecto, devido à limitação de caracteres do formulário de candidatura (https://opp.gov.pt/p/706).

- Para informações complementares consulte também https://www.facebook.com/BiblioSol.RedeSolidariadeBibliotecasParticulares

- Pode fazer aqui o download da proposta em pdf: BiblioSol.pdf







BiblioSol
Rede solidária 
de bibliotecas particulares



A situação actual 

Existe em Portugal (como nos outros países) um gigantesco acervo bibliográfico nas inúmeras bibliotecas pessoais ou familiares - grandes ou pequenas - existentes nas casas das pessoas.

No entanto, esse valioso património cultural está claramente subaproveitado, servindo apenas os seus proprietários e uma ou outra pessoa das suas relações mais próximas.

Como todos sabemos, muitos desses livros serão usados uma ou duas vezes na vida, repousando décadas nas estantes sem serem abertos. 

No entanto, e muito compreensivelmente, quem ama os livros e preza a sua biblioteca, construída por veres ao longo de sucessivas gerações da família, terá muita dificuldade ou não pensará nunca em desfazer-se deles.


A ideia do projecto 

A ideia do projecto BiblioSol é transformar cada uma dessas bibliotecas particulares num instrumento útil para a comunidade, sem afectar o seu carácter privado e sem retirar o controle absoluto dos proprietários sobre as bibliotecas que têm em casa, mas promovendo a disponibilização voluntária dos títulos aí existentes para o público leitor em geral (ou, o que será mais provável, para os seus vizinhos mais ou menos próximos).


As etapas do processo

Pretende-se que o processo de concretização desta rede solidária de bibliotecas particulares seja o mais simples possível e os actuais sistemas de informação permitem obter a máxima eficácia com meios muito rudimentares.

Cada proprietário de livros (independentemente da sua quantidade) que aceite disponibilizar a sua biblioteca, ou parte dela, para os leitores interessados registar-se-ia na rede, indicando numa primeira fase o seu contacto - e-mail e/ou telefone - e a sua localização geográfica, seja o endereço exacto ou apenas a freguesia, se pretender manter a privacidade da sua morada. E daria um nome à biblioteca para referenciação, que pode ser um nome de fantasia ou simplesmente o nome do proprietário, da família ou do local onde se encontra. Os dados das bibliotecas da rede são então disponibilizados de forma aberta no site da BiblioSol a ser criado no âmbito deste projecto.

Cada leitor interessado inscrever-se-ia na rede como leitor, com identificação certificada, por razões de segurança.

A partir deste momento o sistema já pode começar a funcionar por pedidos específicos dos leitores, perguntando "quem tem o livro x?" aos proprietários em geral ou apenas aos da sua zona de residência, que responderiam e estabeleceriam o contacto com o leitor.

Mas o que se pretende realmente é que a rede permita uma pesquisa directa por autor, título, assunto ou outro item habitual das pesquisas bibliográficas. Para isso será necessário que os proprietários coloquem na rede estes dados, isto é, que tenham as suas bibliotecas devidamente catalogadas. Mas esta é uma tarefa de muito maior fôlego.

Para a levar a cabo será necessário que uma equipa central do projecto disponibilize no site o software adequado e um tutorial muito simples que ensine o processo de catalogação de acordo com as regras nacionais de classificação bibliográfica, para que os proprietários aí possam ir inserindo paulatinamente os dados dos seus livros.

Este processo de inserção na base de dados será voluntário e seguirá o ritmo que for possível para cada proprietário, não havendo qualquer obrigação quantitativa nesse sentido.


Possível extensão aos arquivos particulares

Tratamos aqui das bibliotecas, mas poderia ser estudada a viabilidade de vir a incluir no âmbito do projecto, eventualmente numa segunda fase, também uma base de dados para os materiais de arquivo que frequentemente convivem com os livros nessas bibliotecas particulares. Sejam arquivos de família - por vezes importantes para a história das localidades, da economia, das profissões ou dos costumes -, sejam outros arquivos temáticos de matérias de especial interesse para os proprietários. Muitas pessoas juntam papéis e outros materiais ao longo da vida e estes correm ainda mais riscos do que os livros de terem como destino o lixo ou a reciclagem, apesar de serem por vezes mais raros e importantes do que os livros.


Voluntários e outros apoios 

Uma linha de acção que pode ser explorada será a prestação de um apoio técnico domiciliário aos proprietários que, pela sua idade ou dificuldade em lidar com os sistemas informáticos, não consigam sozinhos proceder à catalogação e/ou indexação da sua biblioteca.

Este apoio pode ser dado por voluntários da rede ou também por pessoas subsidiadas por algum projecto que possa ser mobilizado para o efeito.


Vantagens directas para os leitores 

O benefício mais directo para os leitores é o acesso facilitado a uma enorme quantidade de livros, sobretudo um possível acesso com muito maior proximidade do que aquele que as bibliotecas públicas actualmente permitem. E ainda, eventualmente, poder aceder a livros em algumas línguas estrangeiras pouco usuais nas bibliotecas públicas generalistas, ou até a livros em braille. Com o aumento de estrangeiros de tão diversas origens e línguas a residir no nosso país, isto pode vir a revelar-se um complemento interessante à oferta das bibliotecas públicas.

A rede BiblioSol pode ser especialmente relevante fora dos grandes centros. Há ainda, nas zonas menos povoadas do país, casas onde se conservam boas bibliotecas familiares, que podem ser um apoio precioso para um estudante ou qualquer leitor interessado residente nessas áreas, por vezes tão distantes das bibliotecas públicas. 

Mas, mesmo nos grandes centros, onde as distâncias se medem mais em tempo de transporte do que em quilómetros, que diferença entre entre a facilidade de pedir um livro a um vizinho da mesma rua ou do mesmo bairro relativamente a ter de se deslocar até à biblioteca para o ler…


Vantagens directas para os proprietários 

O grande benefício directo para os proprietários dos livros, para além da satisfação moral e intelectual de dar utilidade pública à sua biblioteca privada, será obter um apoio técnico gratuito para passar a ter a sua biblioteca organizada, catalogada e/ou indexada por critérios científicos.

É fundamental que o ficheiro com o catálogo da biblioteca de cada proprietário, para além de estar on-line, possa ser descarregado pelo próprio sem qualquer custo. Até porque pode pretender disponibilizar para o público apenas uma parte dos seus livros, mas querer criar um catálogo da totalidade da sua biblioteca.


Vantagens indirectas para leitores e proprietários 

Para além das vantagens directas referidas, há outras porventura não menos significativas. 

Para alguém que se interessa ou interessou especialmente por um determinado assunto e acumulou bibliografia sobre o tema, é especialmente gratificante o contacto e a conversa com um leitor que se interessa pelo mesmo tema.

Um exemplo: para um velho professor retirado da actividade docente, receber em sua casa um jovem estudante interessado em ler os seus livros, poder dar-lhe conselhos e saber das novidades da sua área, pode proporcionar alguns dos momentos mais gratificantes dos seus dias de reforma.

E para o leitor será certamente diferente de ir a uma biblioteca poder ir a casa de uma pessoa que tem o livro que lhe interessa, conversar com ela sobre o livro, receber talvez conselhos personalizados sobre aquele e sobre outros livros que o poderão interessar.

A rede BiblioSol pode constituir um importante ponto de encontro entre gerações, um combate ao isolamento, um impulsionador do diálogo cultural e um incentivo à leitura.
Poderá eventualmente, com o desenvolvimento do projecto, vir a ser encarada a hipótese de realizar encontros anuais (nacionais ou regionais) dos membros da rede - proprietários e leitores - para troca de experiências.


Outras vantagens para a sociedade 

Para além das vantagens referidas, o conhecimento público da existência de uma biblioteca particular e sobretudo do seu conteúdo, se estiver catalogada, pode ter uma importância especial no momento da morte do seu proprietário. 

Nesses momentos, as bibliotecas e os arquivos particulares correm sérios riscos. Ou porque os herdeiros não se interessam por aqueles livros e aqueles papéis, ou porque nas suas pequenas casas não têm simplesmente espaço para os acomodar. E assim vão parar aos alfarrabistas e são dispersos ou, bastante pior, acabam em papel velho para reciclagem. Ou então, na melhor das hipóteses, serão doados a bibliotecas públicas, que nem sempre têm facilidade em aceitar a doação, seja por razões de espaço, seja por redundância relativamente aos seus acervos ou porque não se encaixam no perfil da biblioteca. Em qualquer caso, perde-se a localização original e reforça-se a centralização deste património.

Mas, com a biblioteca conhecida publicamente e catalogada na rede BiblioSol, é mais fácil que a Junta de Freguesia local, uma associação cultural da zona ou até um amigo da família se possam interessar por ela e se disponibilizem para a acolher e para a manter na rede, acessível para a população, eventualmente mantendo o nome de "Biblioteca de X". Os mesmos leitores poderiam assim manter o uso da biblioteca após a morte do proprietário. E o património documental não se perdia. Que melhor homenagem a quem na sua vida amou aqueles livros ou juntou aqueles documentos?


O papel do Estado através do OPP

O funcionamento da rede BiblioSol não pressupõe qualquer pagamento ou recebimento por parte dos seus intervenientes, leitores ou proprietários. Nesse sentido, não terá custos de funcionamento, nem proveitos pecuniários.

O apoio do Estado, através do OPP, que comportará alguns custos será a construção do site da rede, a criação ou eventual adaptação de tutoriais para uso do software de registo bibliográfico (e eventualmente de registo arquivístico no futuro), articulado com o sistema de referenciação geográfica das bibliotecas participantes, permitindo ao leitor que pesquisa um livro obter informação sobre a localização da biblioteca mais próxima de si que o disponibiliza.

Um aspecto adicional que pode ser acrescentado ao projecto é a existência de um seguro que proteja os proprietários de eventuais desaparecimentos ou danos nos livros que emprestam. Mas será sempre um seguro muito simples e barato. O valor a reembolsar deve ser limitado a uns 50 ou 100 euros, no máximo, competindo ao proprietário assumir o risco de emprestar livros que considere de valor superior ao montante coberto pelo seguro. Accionar este seguro deve implicar a classificação na rede deste leitor como leitor de risco, se não a sua exclusão. Daí a necessidade de o registo dos leitores obrigar ao controle de identificação. Este seguro poderá talvez ser objecto de patrocínio de uma companhia de seguros ao projecto.

Outro aspecto em que o Estado, através do OPP, pode apoiar o projecto é no financiamento de uma eventual rede de técnicos de apoio domiciliário aos proprietários que se sintam menos aptos para catalogarem a sua biblioteca, mas isso não é uma condição necessária para o desenvolvimento do projecto, já que poderá haver algum voluntariado a suprir essa necessidade e também porque as bibliotecas não têm obrigatoriamente de estar catalogadas para entrar no projecto BiblioSol.




FSM 2018: dados para balanço

Documento distribuído durante a Coletiva de Imprensa do Grupo Facilitador do FSM
23 de março de 2018
Ana Paula de la Orden




Cinco dias intensos, 19 eixos temáticos, 100 caravanas, 1,2 mil voluntários(as), 2,1 mil atividades, 6 mil organizações e movimentos da sociedade civil e 80 mil pessoas, que fizeram da 13ª edição do Fórum Social Mundial 2018 (FSM), um espaço de troca de experiências, debates, protestos, encontros e reencontros, entre os dias 13 e 17 de março, em Salvador.

Com um público diversificado, as mulheres, as (os) jovens, a população negra, os povos de religião de matriz africana, os povos indígenas, o público LGBTQI+, artistas, portadores com deficiência, pescadores (as), movimentos hip hop, tiveram destaque. Se uniram também 1,2 mil voluntárias (os), que atuaram, sob a condução do Grupo Facilitador do FSM e da UFBA para atender aos participantes nos dias do Fórum.

O FSM reuniu mais de 6 mil participantes estrangeiros, dos cinco continentes, de 120 países. A América Latina (AL) encabeça o ranking, com 3,8 mil pessoas vindas de países vizinhos do Brasil. Em seguida vem a África, com 1 mil participantes. Da Europa, 600 pessoas participaram das atividades, e 450 participantes são originários da América do Norte. As maiores delegações fora da AL, incluem Marrocos, Alemanha, França e Canadá.

O Território Social Mundial

Cerca de setenta lugares em Salvador e região metropolitana compuseram o “Território do FSM”, com a realização de atividades inscritas na programação. Podem ser destacados dentre eles os principais:

Campus Ondina da UFBA (o principal, onde ocorreu a maioria das atividades);

Acampamento Intercontinental da Juventude, com 2 mil pessoas acampadas, no Parque de Exposições, com uma programação cultural e política própria;

Campus Cabula da UNEB (que abrigou principalmente o encontro de lideranças de religiões de matriz africana, com mais de 400 representantes presentes);

Território de Itapuã, com programação própria (política e cultural) durante todo evento e término com uma Virada Cultural, na noite de 17/03;

Acampamento Indígena, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), com 600 pessoas acampadas, de 26 etnias indígenas estiveram presentes no FSM 2018, sendo 20 da Bahia, (dos 22 existentes no estado), assim como representantes de povos indígenas panamazônicos, do Brasil e da Colômbia, como também do Canadá;

Além do Subúrbio Ferrooviário, Ilha da Maré e Parque São Bartolomeu também realizaram atividades.

Em termos de hospedagem, além dos acampamentos, indígena e da juventude, cerca de 1,2 mil pessoas vindas principalmente de caravanas de todo Brasil foram acolhidas em escolas, centros de formação ou por organizações, hospedagem solidária e na casa de amigas/os na capital baiana.

Segundo dados da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FEBHA), a capacidade de leitos na rede hoteleira é de 39 mil, e esteve 84% ocupada no período do FSM 2018. O presidente da FEBHA, Silvio Pessoa, afirma que: “(…) Nos últimos 30 anos, a gente não tinha visto isso. (…) A cidade esteve bastante movimentada, o comércio e todos os setores que interagem com o turismo agradecem ao Fórum Social Mundial”[1].

Atividades no FSM 2018

Das 2,1 mil atividades inscritas, 2 mil foram realizadas, em 19 eixos temáticos. Entre os temas com maior número de atividades inscritas e realizadas estão: Desenvolvimento, Justiça Social e Ambiental” e “Direitos Humanos”, além dos relacionados com as questões raciais como, “Vidas Negras importam” e “Um mundo sem racismo, xenofobia e intolerância”.

Ecoaram também no FSM 2018, as vozes das mulheres e dos feminismos, das juventudes, dos movimentos em defesa da democracia, dos povos tradicionais (indígenas e de matriz africana), dos movimentos negros e de enfrentamento ao racismo, dos movimentos ambientalistas, do segmento LGBTQI+, da economia solidária, das pessoas com deficiência, das/dos artistas, entre outros.

Dentre as atividades, podem ser destacadas:

Marcha de Abertura, no dia 13 de março, com 60 mil pessoas;
Assembleia Mundial em Defesa da Democracia no Estádio de Pituaçu, no dia 15 de março, com público estimado de 18 mil pessoas. O evento reuniu lideranças de movimentos sociais do Brasil e do mundo, e políticos de destaque, a exemplo dos ex-presidentes Luís Ignácio Lula da Silva e Manuel Zellaya (Honduras);
Assembleia Mundial das Mulheres, nomeada “Marielle Franco”, que ocorreu na manhã do dia 16, no Terreiro de Jesus (Pelourinho), e contou com a participação de 8 mil pessoas, em sua maioria mulheres. Entre elas a “Madre da Plaza de Mayo, Nora Cortinãs; Eda Duzgun, liderança das mulheres curdas;
Economia solidária: feira, alimentação, água potável gratuita, seis moedas solidárias utilizadas no FSM 2018;
Forinho para crianças no ISBA (Ondina) durante todo período do FSM;
O Ato Rumo ao Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA), realizado no dia 16;
A Ágora dos Futuros, na manhã do dia 17/03, na Praça das Artes, no campus da UFBA em Ondina, onde foram expostos os resultados das atividades, principalmente de convergência, pelas organizações proponentes.

Grandes atividades, atos públicos e convergências também ocorreram, a exemplo de:

Ato em defesa da Universidade Pública;
Marcha contra o Racismo e a Intolerância Religiosa;
Marcha em homenagem à Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada que iria participar do FSM 2018;
Marcha das Mulheres Negras;
Convergência Educação, Cultura e Direitos Humanos;
Convergência: Cultura e Revolução;
Colóquio Brasil: estado de exceção;
Assembleia Mundial dos Povos Indígenas;
Tribunal do Feminicídios das Mulheres Negras;
Tribunal dos Despejos;
Diálogo Internacional, Convergência de Lutas : África e sua Diáspora no Século XXI;
Assembleia Mundial das Juventudes;
Convergência: Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência – Avanços e Desafios;
Assembleia das mulheres do Hip Hop;
Convergência Cultura de Resistências e Direitos Humanos;
Convergência: Vidas Negras Importam;
Convergência Revolução e Culturas de resistência;

Plenária do Fórum Social Mundial de Migrações (FSMM);

Plenária do Fórum Social  do Panamazônico (FOSPA);

Panorama dos Direitos Humanos na América Latina: Intervenção militar em foco;
A Universidade e a Educação no contexto da Resistência Democrática;
Convergência e Diálogos no Cenário Socioambiental;
Convergência/Debate – Justiça Climática e Água, Soberania do Povo;
Lutando contra a militarização da vida: da América Latina à Palestina;
Homenagem às mulheres do FSM;
Presença e participação de um Rei e uma Rainha do Benin e de um Rei do Níger, e encontro com povos tradicionais de matriz africana;
Visitas à comunidade quilombola Rio dos Macacos e à Ilha de Maré;

Também devem ser citados os eventos internacionais realizados dentro do FSM 2018:

Fórum Mundial de Mídia Livre
Fórum Mundial de Direitos Humanos
Fórum Mundial de Saúde e Seguridade Social
Fórum Mundial de Teologia e Libertação
Fórum Mundial de Educação Popular
Conselho de Educação de Adultos da América Latina
Fórum Ciência e Democracia
Fórum Mundial Parlamentar
Fórum de Autoridades Locais de Periferia
Diálogos em Humanidade
Encontro internacional Novos Paradigmas

Segurança e Saúde

Durante o FSM 2018, não houve nenhum ato de violência física. Dois casos de furto foram informados ao gupo facilitador do Fórum. Sendo um ocorrido à noite, com participantes estrangeiros fora dos perímetros dos territórios do FSM. Enquanto o segundo, aconteceu durante a Assembleia Mundial das Mulheres.

Alguns confrontos verbais também ocorreram durante o FSM 2018, mas de forma isolada, como no caso das defensoras da causa independentista do Saara Ocidental frente a sindicalistas nacionalistas marroquinas. A outra intercorrência se deu por um partido político que se recusou a retirar sua bandeira em uma atividade do FSM. De forma geral, um clima de paz, valorização das diferenças e respeito mútuo reinou durante o FSM 2018.

Uma média de 180 atendimentos médicos foram realizados nos postos instalados nos principais territórios do FSM 2018. Nenhum grave. Apenas deve ser ressaltado que um ativista militante de Marrocos teve uma crise cardíaca no hotel em que estava hospedado. O ativista foi socorrido pela Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), internado e operado em um hospital público de Salvador, onde está sendo acompanhado. Encontra-se em um estado grave mas está melhorando. Sua esposa está em Salvador e recebe o apoio do escritório e de membros do Grupo Facilitador.

Apoios recebidos para realização do FSM 2018:

– UFBA – Universidade Federal do Estado da Bahia
– Governo do Estado da Bahia
– UNEB – Universidade do Estado da Bahia
– Prefeitura de Salvador
– Câmara Municipal de Salvador
– Organização Pão Para o Mundo (Alemanha)
– CESE- Coordenadoria Ecumênica de Serviços
– USE Telecom
– Embasa
– TV Kirimurê
– TVE
– Secretaria do Conselho Internacional do FSM

Organizações do Grupo Facilitador do FSM 2018:
– Vida Brasil
– Abong
– CUT-Brasil
– CTB
– Unisol
– Filhos do Mundo
– TV Kirimurê
– CONEN
– CIRANDA / FMML
– Secretaria do Conselho Internacional do FSM
– UNEGRO
– UBM
– Rede Mulher e Mídia
– UNE
– FONSANPOTMA
– CEN
– Cebrapaz
– Cáritas Brasileira
– Clacso
– CONAM
– Conselho de Entidades Sócio Ambientalista da Bahia (COESA)
– Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC)
– Fórum Baiano de Economia Solidária (FBES)
– Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional de Povos Tradicionais de Matriz Africana (Fonsanpotma)
– Geledés
– Instituto Paulo Freire /CEAAL
– Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH).

[1] Hotéis em Salvador tiveram 84% de ocupação no Fórum Social Mundial, Tribuna da Bahia, p.8, 19/03/2018